domingo, 7 de fevereiro de 2010

Parte da equipe ja esta viajando de volta p/ Brasil

Peter escreve:
Estou de volta na República Dominicana - deixei o Haiti hoje sob escolta policial armada!

Temos sido muito abençoados e honrados durante este tempo - nós fizemos faxina na clinica, em banheiros e cozinhas, jogamos futebol nas ruas entre a tristeza, a sujeira e a devastação.

Participamos em reuniões no complexo da ONU, onde as decisões são tomadas para o bem-estar das crianças abandonadas.

Visitamos orfanatos, buscamos varias barracas que haviam sobrado no aeroporto debaixo dos narizes dos militares.

Pude segurar dois gêmeos nos meus braços sentindo tanta felicidade na maneira como Deus salva vidas, só para descobrir que estes dois bebes costumavam ser três, eram trigêmeos, mas o terceiro morreu junto com o seu pai debaixo dos escombros do terremoto.

Eu assisti como uma menininha teve a sua perna amputada e então descobrimos que ela havia sido severamente abusada sexualmente, eu não gostaria de ver a destruição que vi nunca mais.

Eu testemunhei como dois bebes voltaram a vida, carreguei baldes e baldes de água para cima das escadas da delegacia da policia que estava parcialmente destruída, para que eu pudesse limpar os banheiros que centenas de voluntários médicos e policiais estavam usando.

Eu vi ratos, dejetos humanos e um corpo morto sendo retirados dos escombros. Dormi no telhado de um edifício cujos vizinhos foram todos destruídos, incluindo o palácio do governo a nossa frente.

Observei como a ONU dá os sacos de arroz, vi que ate as mulheres tomam banhos de balde nas calçadas, vi crianças pedindo comida, espaços abertos sendo transformados em acampamentos.

Andei em carros da policia e em cima de caminhões e senti o cheiro de morte entre os mais pobres dos os pobres. . .

Eu vi pessoas com esperança, em meio ao desespero, pessoas com amor nos lugares mais horríveis e sinais de um novo começo em um lugar onde parece que o mundo chegou ao fim.

Eu ainda acredito em um Deus misericordioso, compassivo. Creio que Ele se importa, eu vi Suas mãos no trabalho através de médicos e enfermeiras, eu ouvi Suas palavras ditas por amigos e desconhecidos. Eu senti a Sua presença, quando tudo parecia perdido e senti um pouco do que Ele deve sentir a cada dia quando Ele olha para baixo para o mundo que Ele fez - Ele nos ama e por isso Ele nos mostra Sua misericórdia e nos pede para nos juntarmos a Ele no amor ao próximo. . .

Peter

P.s.: Parte da nossa equipe ainda esta em Porto Príncipe. O Johan, a Michele e o Eduardo continuarão com o trabalho por mais uma semana. Eles ainda precisam muito das orações de vocês!

Nenhum comentário:

Postar um comentário