sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Segunda Equipe no Haiti - Relatorio 1

A segunda equipe da JOCUM brasil chegou em Port au Prince dia 23 de Fevereiro. Nosso voo foi tranquilo do Brasil ao Panama e depois a Santo Domingo na Republica Dominicana. Duas horas depois que chegamos, tomamos uma van que nos levou até Port Au Prince.
Atravessar a fronteira foi um pouco estressante, quando chegamos no posto policial da República Dominicana havia muita confusão, gente vendendo coisas, soldados, carros de ONGs, mas graças a Deus, passamos sem problemas.

Nos encontramos com Peterson, o Líder Haitiano da JOCUM em Port Au Prince no posto policial onde a primeira equipe ficou hospedada em cima da laje.
Fomos então para a Base da JOCUM em Port Au Prince, uma casa grande, mas somente o primeiro andar da casa foi alugado, e não tem espaço para nos alojar. Almoçamos com ele e depois fomos para um orfanato, onde montamos acampamento.
Este orfanato tem um espaço bem grande e o campo de futebol está cheio de barracas. Existem vário grupos de organizações que estão utilizando este orfanato para montarem seus acampamentos. Fica bem perto do aeroporto de Porrt Au Prince. Dá para ver e ouvir os aviões subindo e descendo no aeroporto.

No primeiro dia, logo que chegamos, fomos para um acampamento onde estão alojadas 10.000 pessoas, chamado DELMA 2-Sou Pis, onde foi exibido um filme. Assim que descemos do carro, várias crianças vieram ao nosso encontro. Muitas delas querendo abraços e nor recepcionaram com muito carinho.


No nosso segundo dia, nossa equipe se dividiu em dois grupos, uma parte foi para uma igreja, onde ainda não chegou nenhuma ajuda. A idéia inicial seria ver as necessidades para tentar ajudar de alguma forma. Achávamos que a igreja estava abrigando alguns membros refugiados e que precisavam de auxilio. Quando chegamos lá, não havia muito para ser feito, descobrimos que a igreja tinha vindo abaixo.


Todo o prédio está destruído e 17 pessoas morreram no terremoto inclusive um homem casado com 4 filhos. A esposa dele estava grávida e teve a criança no dia seguinte ao terremoto. Visitamos a viúva e vi a criança que tossia muito. Pudemos orar por ela e seria muito bom se ela pudesse levar a criança para alguma clinica.

Oramos por ela e fomos visitar um outro acampamento, onde o pessoal da JOCUM daqui já esteve fazendo outros trabalhos por lá. Neste acampamento, tinham muitas, muitas crianças. Fizemos um jogo com as crianças e passamos um tempo brincando com elas. Judas, um obreiro haitiano da JOCUM foi quem liderou as atividades com as crianças, ele é muito bom com elas.

Uma das moças do nosso grupo, Helen, ensinou uma música para elas. Traduzimos a música do portugues para o Inglês e o nosso guia traduziu a música do inglês para o criolo e encaixou a letra na música. Depois ensinamos as crianças a cantar a música em criolo. Acho que elas se divertiram mais vendo a gente tentando cantar em criolo do que pela música em si.
Também tinha um grupo de jovens, com um computador, em baixo de uma mangueira, digitando um banco de dados das famílias que estavam naquele acampamento.

A outra equipe foi para um acampamento chamado DELMA 6. O nome dos acampamentos leva o nome da rua onde eles se encontram.
Este acampamento fica do lado de uma casa que foi totalmente destruída no terremoto. O dono da casa morreu no terremoto junto com 8 pessoas. A viúva resolveu então ceder o terreno do lado para montar o acampamento e formou uma liderança com alguns membros da comunidade.
A equipe trabalhou duro no acampamento, montamos uma tenda para ealizar atividades na comunidade e também tivemos que drenar água de um buraco que será usado para fazer latrinas.

Depois de esvaziar o buraco por duas vezes, constataram a água está brotando de dentro dele e continuava a enxer o buraco. Foi um pouco frustrante para nós, mas foi interessante ver a maneria como a comunidade discute e chega a um acordo. Todos se reúnem, discutem, um dá uma oponiao, outra pessoa vem e fala outra coisa, alguns acharam que nós jogamos a água muito perto e por isso ela voltou ao buraco, por isso decidimos esvaziar a segunda vez, mais longe. Mas mesmo assim não funcionou.
Duas pessoas da equipe Wesley e Cláudia, profissionais de saúde, fizeram fazendo atendimento as pessoas que estavam no acampamento. Haviam muitas crianças com doenças de pele e alguns curativo para serem feitos.

Ao final do dia, jantamos e fomos participar de um culto, que foi feito numa tenda em frente a posto policial, no centro da cidade. Vieram pessoas de países diferentes e foi muito bom estar ali, adorando a Deus junto com os Haitianos ! Jude, um obreiro da JOCUM foi quem liderou o louvor, ele é muito bom.

No terceiro dia, ontem, voltamos ao acampamento Delma 6 para realizar algumas atividades com as crianças. Montamos uma segunda tenda, para poder desenvolver as atividades.
Também iríamos começar a fazer um trabalho de cadastramento das pessoas da comunidade, mas infelizmente, eles pediram para que fizéssemos em outro dia, porque precisariam combinar com antecedência, para que todos possam estar juntos.
Montamos uma segunda tenda, passamos o dia jogando futebol e brincando com as crianças. Algumas pessoas do nosso grupo fizeram trancinhas no cabelo, como eles, e as crianças adotaram as meninas da equipe como suas “mães”. As crianças são muito carentes de carinho.

A Cíntia e a Helen contaram histórias da Bíblia para as crianças e notamos que é um terreno virgem para o evangelho no coração dessas crianças. Todas as crianças puderam orar a Jesus.
Mas é preciso um trabalho de longo prazo para que a semente lançada possa gera frutos que permaneçam.
O dia foi muito proveitoso, principalmente porque pudemos passar um bom tempo com eles, jogando futebol, brincando com as criannças.

A nossa primeira impressão do povo haitiano, é que eles são um povo que está numa situação muito difícil, sem esperança, sem trabalho, mas mesmo assim, o povo é muito alegre, estão sempre sorrindo e principalmente, tem um carinho ENORME por nós brasileiros.

Quando andamos de carro pela cidade, na traseira da caminhonete, parecemos celebridades, todos nós usando camisetas Verde Amarelas e todos acenam para nós, gritando BRASIL, RONALDO, ROMARIO !!!
Ontem vimos o avião presidencial decolando do aeroporto. Mas infelizmente não deu para ver o Lula.
Sempre que encontramos soldados brasileiros nos caminhões da ONU, eles nos comprimentam com muita alegria. É muito boa a sensação de encontrar uma pessoa do seu país, usando a nossa bandeira.
Ontem a noite, paramos num mercado para comprar coca-cola e encontramos com um soldado brasileiro. Alguns de nós fomos para tirar foto com ele e o Wesley perguntou como ele estava e o soldado disse que estava sentindo muita falta de casa, das baladas...então o Wesley disse:”cara, você precisa voltar para Jesus”. “É verdade, o soldado disse, estou desviado, e preciso voltar para Deus”. Logo depois, os superiores do soldado chegaram e ficaram felizes de saber que estávamos aqui. Eles nos convidaram para ir até a base brasileira, visitá-los.
Eu, Ricardo, estava esperando do lado de fora do mercado, quando os militares passaram por mim, o capitão gritou :”passa lá!”
Acredito que esta participação da JOCUM Brasil neste exato momento aqui em Port Au Prince, trará muitos frutos para o futuro. O Haitianos AMAM os brasileiros, nós temos uma porta escancarada para vir e ajudar este povo. Este momento único está se abrindo para nós e precisamos juntos, como missão e igreja do Brasil aproveitar este momento para pegar esta onda que Deus está mandando para cá.
Preparem-se para vir, é a nossa vez !

Um comentário:

  1. Irmãos, é com lágrimas nos olhos que estou conhecendo o trabalho de vocês (JOCUM) no Haiti.
    Aceito a chamada. Quero estar com vocês.
    Me orientem!
    Abraços

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